domingo, 6 de fevereiro de 2011

Relógio.

Tomo um banho de amarguras,
De água gelada,
De pensamentos e palavras duras,
Mas tudo para te voltar a ver, minha amada.

Abro uma porta de madeira,
Saio de um mundo horrível
Para um pior, sei que já fiz asneira,
Ainda assim, este será mais apetecível.

Entretenho-me com coisas banais,
Á tua espera, sei que virás,
Espero, mas jamais,
Mas quando chegares, meus olhos abrirás.

Entre o fumo do cigarro que expiro,
Entre o relógio que está parado,
O teu cheiro que se aproxima, já o respiro,
Mas o meu relógio continua atrasado.

Mexe os ponteiros, ordeno-te
Merda para ti e merda para o tempo,
Quem tu pensas que és? Odeio-te!
Sempre contra mim, sempre um contratempo.

Uma eternidade depois lá apareces,
Os ponteiros finalmente se mexeram,
Que estupidez, descobri que afinal só me aborreces,
Tantas foram as palavras que se abstiveram.

Para quê a espera?
Para quê todo o sacrifício?
Porquê estar sempre antes? na véspera?
Todo este tempo, não passou de um desperdício.

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