sábado, 12 de março de 2011

Migalhas parte II

Sento-me no mesmo banco de há dias
Já não vejo os pombos
Sentado aqui, lembro-me como sorrias
Já não vejo aqueles tontos.

Estranho... apareceram, até mesmo um colibri
Assim que me pus a pensar em ti
Uma das coisas mais estranhas que já vi
E foi por isso mesmo que sorri.

Estranho, foram-se outra vez,
O colibri passou por mim rez vez,
Assim que deixei de pensar na tua pessoa,
E é assim que o pombo voa.

Ficou um casal de pombos aos meus pés
E um avião passa por cima de mim
Não tomei atenção, foi-me indiferente, apesar do barulho
Concentro-me no casal de pombos ainda assim.

Devia ter trazido pão
Á medida que enchia os pombos
De esperanças e pensamentos ilusórios e tontos
Se enchia o meu coração.

Pela segunda vez acendo o meu cigarro
E é aí que acontece algo de bizarro
Quando em ti pensei,
A folha em que escrevi queimei.

Dois homens sentados á minha frente estão
Outros tempos, outra geração,
Nota-se pelas suas rugas, e peso da idade,
Consequências da vida rotinosa da cidade.

E deste banco agora me vou me embora
Já perdi muito tempo, já passa da hora
Antes de me ir no autocarro,
Penso...e não vale a pena acender outro cigarro.

Alusão a outro poema. "Migalhas"

quarta-feira, 9 de março de 2011

O telefone.

"Ya", fartas-te de repetir isso,
Acho graça á tua voz,
Tudo teu, original, nada postiço.
Todos os meus pensamentos emanam de ti, a minha foz.

Não paras de rir,
Não que eu não goste, eu adoro,
A mim me faz sorrir,
Essa tua voz, e coração de ouro.

Chamas-me de multifacetado,
Eu apenas penso em ti, quero-te em mim deixar presa,
Olho para o ontem como passado,
E todos os dias é uma surpresa.

Quem me mandou estar a escrever?
Ninguém, tens toda a razão,
Tenho saudades, preciso de voltar a ver,
E daqui a um instante, para ti, isto te irei ler.

Já chega, já me chateias, já não sabes o que dizer,
Só eu para para te ouvir,  mas nada me impede de isso gostar,
É preciso ouvir-te para crer,
Já chega, tá na hora, vou desligar.